REFAZENDO A ROTA DE CABRAL

 

 

 

 

Mercêdes  Pordeus
Recife/Brasil

Era uma manhã de treze de maio do ano de  dois mil
Ao longe, via-se uma fragata de bandeira portuguesa,
Trazia içadas dez velas redondas com a Cruz de Cristo
E quatorze velas latinas, eram as de formato triangular.

E o Navio Republicano Português aportara no Recife
Corre notícia alvissareira, todos querem conhecê-lo.
Ele veio para cumprir a rota feita por Álvares Cabral
Comemorando quinhentos anos, descoberto do Brasil.

Os recifenses receberam-no com grande alegria
Permaneceu na capital pernambucana alguns dias
Ali, foram abertas as portas com muita simpatia
Milhares de visitantes que ao seu interior viriam.

Ele trazia em seu interior seis barris de vinho
O vinho Moscatel de Setúbal, o Torna-Viagem,
No século XIX, viajava nos porões dos veleiros
Para comercializar e os que não eram negociados,

Voltavam para Portugal, melhorados pelo clima,
Pelas mudanças climáticas que sofriam na viagem
Desta vez, vieram apenas para manter aquela tradição
Esses barris foram reservados mesmo para esta viagem.

Passados, aproximadamente cinco dias no Recife
E numa manhã de domingo, sob olhares saudosos
Içadas suas velas, o navio de Sagres se distanciava
Assim,deixava a cidade, rumando ao Rio de Janeiro.

Passados quarenta e quatro dias no Oceano Atlântico
Aporta no Rio de Janeiro, o Navio – Escola " SAGRES".

Retrospectiva:
Oito de fevereiro, mil novecentos e sessenta e dois
Esta fragata passou a integrar a Marinha Portuguesa
Numa cerimônia que foi realizada no Rio de Janeiro
Saiu do Brasil a vinte e cinco de abril do mesmo ano
Chegando em Lisboa na data de vinte e três de junho.

 

Publicado em:
– 2ª Antologia Literária Internacional do Grupo Ecos da Poesia “DOIS POVOS UM DESTINO", (2006), edição  Zeni Leal  – ISBN 85-905170-5-5.

 

 

 

SÍMBOLOS DO NAVIO: http://www.marinha.pt/sagres/

 

O INFANTE D.HENRIQUE

 Figura de proa do navio

 

O CABO DE SAGRES

 situado na extremidade sudoeste de Portugal

 

A CRUZ DE CRISTO  

 usada pela primeira vez nas velas dos navios da armada de Pedro Álvares  Cabral, Cruz vermelha de hastes simétricas vazadas ao centro era o símbolo da Ordem Militar de Cristo, fundada por D. Dinis em 1317 na sequência da extinção  da Ordem dos Templários.

 

O  BRASÃO DAS ARMAS :

 

A Cruz de Cristo (vermelho) foi utilizada nas velas (branco) dos navios portugueses a partir do século XV. Era o símbolo da Ordem Militar de Cristo, da qual o Infante D. Henrique foi “regedor e  governador”, desde 1420. Este facto constituiu um importante suporte económico e tornou possível o início da Expansão e dos Descobrimentos Portugueses.

      O ramo de carrasqueira (ouro) era o símbolo pessoal do Infante e exprime a tenacidade, a rusticidade e o desapego pelos bens materiais e honras fáceis.

        O astrolábio náutico (ouro), embora ainda não utilizado durante a vida do Infante, representa a ciência e a instrução da arte de navegar que permitiu aos pilotos portugueses demandarem novos portos, novos continentes e novas ilhas.

         O fundo azul, onde se encontram inscritos os motivos a ouro acima referidos, representa o “mar oceano” que, legado de Portugal, une e deixou de separar.

 

                                          

"Depois de sete anos volta o NRP SAGRES a aportar em Recife em 25 de julho de 2007 partindo no domingo, 30 de julho.

Esta visita faz parte  de um conjunto de eventos  preparados pela Embaixada de Portugal no Brasil para assinalar  a Presidência Portuguesa da União Européia, a decorrer até o final de 2007." 

(Portugal Digital – Brasil/Portugal)

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Uma resposta para REFAZENDO A ROTA DE CABRAL

  1. Pukka disse:

    Olá Mercedes
    Muito obrigada por tua mensagem, no meu blog de dicas.
    Muito interessante o teu blog, excelentes textos…sou louca pra conhecer Portugal.
    Mas todos os portugueses parecem ser poetas!!!!!
    Um beijo grande. 

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